Um artista ao viver e trabalhar num local constrói aí raízes; a sua produção parte e é desenvolvida com o conhecimento do local, com as preocupações e as aspirações dessa comunidade. O trabalho poderá ou não manifestar esses a prioris mas quando o faz estabelece uma ligação tectónica - invisível e poderosa - com a comunidade local.
Acarinhar e apoiar tal trabalho deve ser uma prioridade das comunidades locais, especialmente em face às agudas crises de valores que se fazem sentir na actualidade. Apoiar e participar na produção artística local é apoiar a exteriorização e a clarificação das problemáticas reais e existentes no local. E assim se constituem os sintomas da arte - a reacção do público - que devem contribuir para novas problemáticas e resoluções, num processo dialéctico.
Como redundância final proponho que só podemos formular soluções para sintomas perceptíveis. As problemáticas invisíveis passam por isso mesmo despercebidas do público em geral e vão-se juntando num efeito bola de neve que quando reaparecem impõem-se pela sua dimensão esmagadora.
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